Nova unidade da federação reuniria 19 cidades; proposta aguarda
aprovação da ccjc da câmara dos deputados
Avança na Câmara dos Deputados a proposta que
cria a 28° unidade da federação. Denominado estado do Entorno, seria formado
por 19 cidades de todas as partes do estado de Goiás, que ao todo possuem 1
milhão de habitantes. A capital ficaria com a cidade mais populosa da região:
Luziânia. Os motivos para a criação do novo estado, segundo o deputado Célio
Silveira (PSDB-GO), autor da iniciativa, é o poder de autonomia que a região
teria para resolver problemas de precariedade e violência. “As pesquisas mostram
que caso essa região possuísse poder individual, poderiam ser resolvidos todos
esses problemas”, explica o parlamentar. Especialista em política monetária,
Newton Marques acredita que seriam custos autos e desnecessários. “Não seria
caro só para o governo, mas também para a população que arcaria com impostos
mais caros para ajudar. Em momento de crise, não é uma alternativa que deveria
ser questionada”, diz.
A justificativa do projeto de
decreto legislativo (PDC 246/15) é que os governos do Distrito Federal e de
Goiás não dão o valor merecido às cidades, que incluem Valparaiso, Cidade
Ocidental, Cristalina e Formosa. “Essas cidades não recebem apoio de nenhum
lado, as consequências são visíveis na violência e precariedade”, comenta. O
texto aguarda análise da Comissão de Constituição e Justiça e, caso aprovada,
será encaminhada ao plenário. Posteriormente, caso vire lei, prevê que a
população opine sobre decisão por meio de plebiscito.
O PIB das 19 cidades foi de mais
de R$ 1 bilhão no ano de 2014, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional
e IBGE, o que totaliza orçamento mensal dos municípios de cerca de R$ 500
milhões. Segundo Célio, esse dinheiro seria suficiente para investir nas
cidades e ainda desenvolver a região. “Esses números deixam claro que o estado
conseguiria se sustentar sem a ajuda dos demais governos”, diz. Sobre os custos
de investimentos para a criação do estado, o deputado acredita serem
necessários. “Os gastos são inevitáveis mais darão resultados, além de se
pagarem com o tempo”, conta.
Newton Marques rebate a ideia e
defende a necessidade de políticas de desenvolvimento específicas para esses
municípios. “Para que empresas invistam aqui, o que não é fácil”. Ele ainda
comenta que políticas sociais para chamar novos moradores deverão ser feitas.
“As pessoas possuem preconceito, vão preferir comprar em Brasília do que gastar
no entorno. Essa mudança na cabeça das pessoas deve vir primeiro”, diz. Newton
lembra a criação da RIDE, região que integra 22 cidades do estado de Goiás e
Minas Gerais, no entorno de Brasília, e ressalta que a criação do estado não é
a solução adequada. “Criaram a RIDE em 98, e olha o que deu, nada mudou até
hoje. O que me faz acreditar que não faz sentido economicamente”, comenta.
Por Samuel Lucas.
Terça-feira, 2 de Maio, 2017 as 12hs30
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