O
presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) fez um aceno nesta
quinta-feira, 6, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma
eventual sucessão do presidente Michel Temer. Caso a denúncia contra o
peemedebista seja aceita pelos deputados e ele seja afastado do cargo, Maia
assumiria provisoriamente o cargo por até 180 dias até o Supremo Tribunal
Federal (STF) julgar o caso.
A
escolha do relator da denúncia contra Temer por corrupção passiva na Câmara,
deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), e a prisão do ex-ministro Geddel Vieira
Lima, acenderam o alerta entre Tasso e seus aliados para acelerar o
desembarque. Agora, com os boatos de que o ex-deputado e ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha pode fechar acordo de delação premiada, o presidente
interino do PSDB acha que a crise deve se intensificar ainda mais.
"Se
Eduardo Cunha fizer delação, aí não tem nem o que discutir mais. Se vier essa
delação não sei nem quem vai ser citado, quem não vai ser, mas vai ser um
semestre terrível para nós", avaliou. Ele reclama que "não dá para
viver cada semana uma nova crise" e que "está na hora de buscar
alguma estabilidade" para o Brasil.
Embora
diga que ainda é "precipitado" falar em nomes para uma
"transição", Tasso afirma que o candidato "tem que ser alguém
que dê governabilidade" para o País até a eleição de 2018. "Isso não
é algo difícil de se encontrar", minimizou.
"Na
travessia, se vier, têm várias opções. Se vier um afastamento pela Câmara, ele
(Maia) é presidente por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente,
mas, se passar a licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis
meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar
os partidos ao redor com um mínimo de estabilidade para o País", declarou
o tucano. Ele diz que está sempre aberto para tratar de uma "saída
negociada" com Temer.
Sobre
um cenário hipotético de transição, caso Temer deixe o cargo, Tasso avalia que
a equipe econômica do atual governo deveria ser mantida para manter a
estabilidade. "O governo tem que ser o mais próximo possível do intocável
em termos de postura ética", completou.
Tasso
admite que está conversando com todas as legendas sobre o assunto. "Eu
acho que o ideal é envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda",
defendeu.
Para
ele, o governo "caminha para a ingovernabilidade", assim como
considera que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) antes do processo
do impeachment. Tasso considera ainda que o maior problema de Temer na base
aliada é com o próprio PMDB, que está dividido.
"O
primeiro sinal que vamos ter é com o relator (da denúncia contra Temer na CCJ,
o deputado Sergio Zveiter), que é do PMDB. O PSDB não tem importância nenhuma
nessa história. Se ele (Zveiter) der o voto licenciando o processo, quem está
dando autorização é o PMDB. Quer coisa mais significativa que isso? Se ele não
der (parecer favorável à aceitação da denúncia), aí é outra coisa."
Após
mais de 45 dias longe das atividades legislativas, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), voltou ao cargo esta semana e, com isso, gerou um impasse sobre quem
ficará no comando do partido. Tasso tem pressionado o tucano a tomar uma
decisão definitiva sobre o assunto o quanto antes para ter maior legitimidade
em suas decisões. Ele disse que, se continuar na função, a legenda vai começar
a defender o parlamentarismo de uma maneira "bastante intensa". (AE)
Sexta-feira,
07 de julho, 2017 ás 11hs00
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