Após
a aprovação de seu parecer que recomendava a rejeição da denúncia contra o presidente
Michel Temer na Câmara dos Deputados, o deputado mineiro Paulo Abi-Ackel
(PSDB-MG) ganhou destaque no cenário político. Em entrevista ao
Estadão/Braodcast, ele comentou os principais motivos que o levaram a tomar uma
decisão contrária ao posicionamento do líder do PSDB na Câmara, deputado
Ricardo Tripoli (SP).
“Agi
pensando na estabilidade do país, pensando nos milhares de desempregos que
seriam gerados se ocorresse uma nova crise política. Não é possível um país ter
três presidentes da República em três anos”, afirmou o deputado. Ele reforçou
ainda que foi extrema e muito perigosa a tentativa de obter provas que
derrubassem o presidente. “Isso causaria um enorme dano à estabilidade
política, sedo que responder esse processo daqui a um ano e cinco meses, tempo
restante para Temer na presidência, não causa nenhum dano à Justiça”, concluiu.
O
deputado comentou ainda sobre a precipitação da Procuradoria-Geral da República
(PGR) em encerrar as investigações de corrupção passiva contra o presidente e que
assim acabaram com a possibilidade de provar que o pagamento de propina ao
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures era, de fato, para o presidente. “Na ânsia de
alcançar o presidente da República, a denúncia da PGR sofreu o fenômeno
conhecido como derivação e perdeu seu ponto focal”, afirmou Abi-Ackel.
Abi-Ackel
disse que, na condição de juiz, ele também autorizaria a abertura do inquérito
contra Temer, mas não considera a pena preventiva, o afastamento do cargo, como
algo necessário. “Eu permitiria a investigação obviamente, mas não aplicaria a
pena preventiva. Afastar o presidente significa uma pena desnecessária ao
investigado e ao país”, defendeu.
Quando
foi escolhido para preparar o parecer da denúncia, o deputado mineiro não
avisou a direção de seu partido e o anúncio pegou o Ricardo Tripoli e toda a
bancada de surpresa. Seu parecer foi diferente daquele dado pela sigla, o que
causou constrangimento. “Acho que Tripoli agiu por pressão de seu grupo. O mais
correta seria ter liberado a bancada para votar de acordo com a consciência de
cada um”, afirmou.
(Com informações do Estadão)
Quarta-feira,
09 de agosto, 2017 ás 8hs00
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