Esta
é minha opinião a respeito do julgamento que o presidente do STF Dias Tofolli
marcou para amanhã, embora a hipótese que se encontra no título oscile entre
dois polos: um se refere a anulação de sentenças julgadas na primeira e segunda
instância; a outra focaliza a questão que se refere às prisões decretadas após
a segunda instância. O Supremo poderá
decidir sobre uma ou as duas questões. Seja como for, se sua resposta colidir
com o senso comum, a Corte Suprema terá aberto uma estrada que leva a anarquia
jurídica e política do país.
É
possível que o julgamento se inicie com foco na prisão dos condenados em
segunda instância. Mas esse julgamento deverá se estender por várias sessões,
pois é notório que os ministros ao lerem seus votos prolonguem por longos
tempos a posição que vão adotar. Assim dificilmente amanhã a opinião pública
terá conhecimento do desfecho entre as dúvidas existentes envolvendo a posição
do STF.
NADA
NO HORIZONTE – Em uma entrevista a Fausto Macedo e Pedro Venceslau, O Estado de
São Paulo, edição de terça-feira, o ministro Sérgio Moro afirmou que não vê
anulação de condenações no horizonte. E, ao mesmo tempo, rebateU as críticas
sobre a parcialidade na condução das ações decorrentes da Lava Jato.
Além
disso, defendeu que a regra de prisões em segunda instância deve ser mantida.
Aliás, a rigor já foi mantida três vezes pelo plenário da Corte Suprema.
Entretanto, o ministro Dias Tofolli concordou que o tema seja apreciado mais
uma vez.
A
antecessora de Tofolli, ministra Carmen Lúcia quando presidia o Supremo durante
dois anos, recusou-se a colocar em votação mais de uma vez a matéria que fora
objeto de divergências.
E
BOLSONARO? – O problema, portanto, está colocado, e teremos que levar em conta
a posição em que se coloca o presidente Jair Bolsonaro, pois a ele caberá dar
sequência no plano do Executivo de acordo com o que o Poder Judiciário
resolver. Estou falando sobre as consequências e reflexos políticos de uma
decisão no quadro do país.
Isso
porque, se anuladas as sentenças, o ex-presidente Lula terá de ser solto e tal
fato refletirá intensamente no panorama político nacional. É certo que ele não
sairá pelos portões da Justiça sozinho. Será mais um rosto na multidão que
reúne 190 mil presos. Isso de um lado. De outro lado, Luiz Inácio Lula da Silva
poderá também ser beneficiado caso o STF rejeite a tese que convalida as
prisões depois da segunda instância, mas há controvérsias.
CASO
LULA – Em princípio o caso de Lula é um pouco diverso, já que ele foi condenado
na primeira e segunda instâncias, mas também pelo Superior Tribunal de Justiça.
Esta decisão divide-se, portanto, num triângulo. O juiz Sérgio Moro condenou.
Ele recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que aumentou o tempo da
pena. Finalmente o Superior Tribunal de Justiça aprovou a condenação e reduziu
o tempo da pena. Dessa forma a condenação e o tempo da pena percorrerram, não
duas, mas três instâncias.
As
questões estão lançadas, previstos também os reflexos no quadro institucional
brasileiro. A repercussão de qualquer uma das decisões será enorme, acrescida
do capítulo que coloca em choque e xeque as posições do confronto entre o
presidente Jair Bolsonaro e o PSL. (Tribuna da internet)
Quarta-feira,
16 de outubro ás 18:00
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