O
senador Aécio Neves (MG) decidiu afastar o também senador Tasso Jereissati (CE)
da presidência do PSDB e reassumir o cargo. O fato ocorre um dia após o Tasso
anunciar a candidatura oficial à presidência do partido. Aécio estava
licenciado desde maio, quando foi acusado de pedir propina de R$ 2 milhões ao
empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em troca de favores. O PSDB tem
a maior bancada no Senado, com 11 senadores, e a terceira maior da Câmara, com
46 deputados.
Em
um comunicado enviado a Jereissati, Aécio afirma que retoma o posto para
“garantir a desejável isonomia entre os postulantes” na disputa pela
presidência do PSDB. No documento, o senador mineiro informou ainda que indicou
o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, mais antigo vice-presidente
tucano para conduzir o processo eleitoral, marcado para o dia 9 de dezembro,
quando ocorrerá a convenção nacional do partido.
Ainda
no comunicado, Aécio faz um agradecimento a Jereissati por ter aceitado assumir
o partido interinamente. “Aproveito a oportunidade para agradecer-lhe por ter
aceito minha indicação e assumido a presidência interina do PSDB nos últimos
meses”, Por diversas vezes no período a frente dos tucanos, Tasso Jereissati
cobrou publicamente que Aécio renunciasse o comando do partido, o que não
ocorreu.
Além
de Jeressati, também está na disputa pela presidência do PSDB o governador de
Goiás, Marconi Perillo.
Denúncia
Em
junho, o senador Aécio Neves foi denunciado por Janot por corrupção passiva e
obstrução de Justiça, acusado de receber R$ 2 milhões em propina do empresário
Joesley Batista, com o qual foi gravado, em ação controlada pela Polícia
Federal, em conversas suspeitas. Em delação premiada, o executivo assumiu o
repasse ilegal.
O
senador nega as acusações. Sua principal linha de defesa no processo é a de que
a quantia que recebeu de Joesley foi um empréstimo pessoal, sendo uma operação
sem nenhuma natureza ilegal.
No
dia 17 de outubro, o plenário do Senado decidiu reverter a decisão da Primeira
Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e suspendeu o afastamento parlamentar
de Aécio, que havia sido imposto no dia 26 de setembro.
Com
os votos de 44 senadores contra a manutenção das medidas cautelares e de 26
favoráveis, os parlamentares impediram o afastamento de Aécio, o seu
recolhimento domiciliar noturno e reverteram a obrigação de entregar o
passaporte. (ABr)
Sexta-feira,
10 de novembro, 2017 ás 00hs05
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