O
anunciado desembarque do PSDB do governo Michel Temer não vai abranger os
tucanos em cargos de segundo e terceiro escalões. Entre os quadros que devem
ficar na equipe estão a secretária executiva do Ministério da Educação, Maria
Helena Guimarães, e o presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Se algum ministro
tucano permanecer na Esplanada após a convenção do PSDB, em 9 de dezembro, será
considerado da “cota pessoal” de Temer e não haverá punições.
“Seria
um descalabro pedir para pessoas que estão contribuindo com o País que saiam do
governo. Não são só ministros (tucanos), mas dezenas de pessoas em várias
áreas. O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, por exemplo, é ligado a nós
historicamente”, disse o ex-governador Alberto Goldman, presidente interino do
partido.
Quando
montou sua equipe após o impeachment de Dilma Rousseff, Temer buscou
especialistas com o “DNA” do PSDB para atuar em vários níveis da administração.
Cotada
para assumir o Ministério da Educação quando o titular Mendonça Filho (DEM)
deixar o cargo para disputar a eleição em Pernambuco, provavelmente no fim de
março, Maria Helena também deve ficar com técnicos do PSDB.
Em
caráter reservado, muitos tucanos afirmam que só deixarão seus postos se houver
uma ruptura entre o PMDB e o PSDB no processo eleitoral do próximo ano. “Se
estivéssemos indo para a oposição seria o caso de todos deixarem seus cargos,
mas não é”, insistiu Goldman.
O
debate sobre a saída do PSDB do governo perdeu força, apesar de um dos
candidatos à presidência do partido – o senador Tasso Jereissati (CE) –
defender a proposta. O governador de Goiás, Marconi Perillo, também disputará o
comando do PSDB, com o apoio do Palácio do Planalto, e é favorável à permanência
dos tucanos no Executivo.
Temer
nomeou nesta terça (21) o deputado Alexandre Baldy para o Ministério das
Cidades. A posse de Baldy, que ganhou o cargo após Bruno Araújo (PSDB) pedir
demissão, será realizada às 15h30 desta quarta (22), no Palácio do Planalto. O
novo titular das Cidades vai se filiar ao PP, partido que compõe o bloco
parlamentar conhecido como Centrão.
Araújo
abriu caminho para a reforma ministerial em meio ao racha no PSDB. Ainda na
seara tucana também devem sair o ministro da Secretaria de Governo, Antonio
Imbassahy, e a titular dos Direitos Humanos, Luislinda Valois. O chanceler
Aloysio Nunes Ferreira ficará na equipe.
“O
PSDB vai fazer uma convenção para nos tirar do governo? Não acredito nisso”,
disse o ministro das Relações Exteriores, que concorrerá à reeleição ao Senado,
em 2018. “O desembarque não pode ser o foco de um partido que já governou o
País e tem ambição de voltar a governá-lo.”
Na
avaliação de Aloysio, em vez de se pautar por uma disputa de “facções”, o PSDB
deveria se debruçar sobre sua plataforma para as eleições. “Vamos romper com o
governo, ir para a oposição e fazer aliança com o PT e o PSOL?”, provocou.
Chancela
Apesar
de manter pontes com a gestão Temer, o PSDB não vai chancelar qualquer
indicação de líderes do partido para assumir novos cargos. “Se existe alguém
fazendo sugestões de nomes eu não sei. Mas uma coisa é certa: não faremos
institucionalmente indicação ou sugestão de nome para lugar nenhum”, argumentou
Goldman.
A
Executiva Nacional do PSDB vai se reunir nesta quarta, em Brasília, para
discutir a proposta de reforma da Previdência e analisar o cenário político.
Embora dirigentes sustentem que os tucanos sempre apoiaram mudanças na
aposentadoria, há uma divisão na bancada e o PSDB pode liberar o voto. Tasso
Jereissati não comparecerá à reunião. (AE)
Quarta-feira,
22 de novembro, 2017 ás 11hs20
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