Com
a experiência de quem nunca perdeu uma eleição, o governador de Goiás, Marconi
Perillo, vem se tornando o favorito na disputa pelo comando nacional do PSDB. A
eleição que acontece em dezembro é encarada como um um ponto de virada para os
tucanos, que se veem mergulhados numa crise de identidade e também de
credibilidade, com o inferno astral do senador mineiro Aécio Neves.
Na
quarta-feira, Marconi foi até Brasília para comunicar ao senador e presidente
interino do PSDB, Tasso Jereissati, que está mesmo na disputa. Perillo afirma
que seu objetivo é unir o partido, preparando um programa de propostas e
projetos para 2018. Tasso Jereissati não assume, mas trabalha intensamente para
se manter no comando do PSDB, na expectativa de alimentar seu sonho de ainda
ser um candidato a presidente da República.
"Procurei
o presidente Tasso Jereissati para expressar esse desejo a ele, até porque ele
é o presidente e, em momento algum, disse que é candidato. Propus que façamos
uma série de novas reuniões, novas reuniões entre nós e também com os líderes
do partido na Câmara e no Senado Federais para que possamos trabalhar pela
unidade do partido, pela confluência de ideias e de teses em prol da
continuidade do programa do PSDB e em prol do futuro do Brasil. Vamos conversar
muito com todos, com os segmentos, na busca da unidade do partido.
"Eu
tenho um desejo antigo de contribuir mais com o PSDB. Esse desejo de contribuir
com esse partido, que fez tanto por mim no decorrer da minha vida pública,
remonta a 2007, quando o então senador Sérgio Guerra foi candidato a presidente
do partido", disse Perillo ao 247.
Nos
bastidores, o governador goiano já avisou que não vai abrir mão da disputa. Ele
acredita que hoje tem experiência (já são quatro mandatos como governador, um
como senador) suficiente para guiar uma mudança efetiva dentro do PSDB.
"Quero
contribuir para esse processo, unindo o partido e formulando um novo PSDB.
Precisamos apresentar um novo programa para o País e debater os problemas
centrais do Brasil, com responsabilidade, sem radicalismo", disse.
"Apesar desse desejo de colaborar muito com o PSDB, de me dedicar mais ao
partido, eu não desejo a disputa, a divisão. A minha meta é a unidade, a
coesão, a confluência de ideias e propostas para que possamos pensar o PSDB e o
Brasil. Temos todas as condições de discutir teses e propostas com a sociedade
para a apresentação de uma candidatura presidencial capaz de vencer as
eleições."
Para
assumir o PSDB, Marconi vem costurando desde o início do ano uma rede apoio. Os
principais apoiadores, mesmo que de forma velada, são o governador Geraldo
Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique e o prefeito João Doria. Os
ministros Bruno Araújo e Aloysio Nunes, a deputada Yeda Crusius, o senador José
Serra e o ex-senador José Aníbal são outros tucanos do time Marconi.
"Estou
no quarto mandato como governador e creio que posso contribuir muito com esse
processo de união e renovação de ideias e projetos do PSDB. É uma forma de
retribuir tudo que o partido me proporcionou em quase 30 anos de vida pública.
Estou disposto a conversar com todas as correntes do partido e ouvir as
demandas", disse o governador ao 247.
Futuro
"
O PSDB tem tudo para ganhar a eleição. Temos todas as condições de vitória no
ano que vem. Para isso, temos de ouvir muito para tomar as decisões mais
sábias. Temos de ouvir e discutir, teses, valores, princípios e ideias, para, a
partir delas, construir um programa para o País. E daí temos de convencer os
eleitores de que temos o melhor projeto para o País. O PSDB tem muitas
lideranças regionais importantes, que transformaram os seus Estados. Agora,
temos que reunir essas ideias e programas, buscar esse legado do PSDB, e
apresentar uma proposta de trabalho para os brasileiros."
"O
Brasil precisa se unir em torno das reformas que impulsionem o crescimento
sustentado. Para isso é preciso uma grande união e confluência de propósitos,
em torno de novas ideias e valores para o País. Essa confluência passa,
necessariamente, por uma ampla e genuína distensão política. Não se trata de
abandonar o debate. O debate político é salutar e necessário. A distensão passa
por esse propósito verdadeiro de fazer um debate de ideias salutar, de alto
nível, sintonizado com as demandas da sociedade brasileira, que deseja o
crescimento, o emprego, saúde, educação, segurança e transporte de
qualidade."
Sexta-feira,
3 de novembro, 2017 ás 13hs45
Nenhum comentário:
Postar um comentário