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domingo, 7 de janeiro de 2018

CONFIGURAÇÃO ELEITORAL ESTÁ INDEFINIDA




Mais ou menos o pe­ríodo de uma gravidez, nove me­ses. Sim, é isso que falta para a chegada do mês de outubro, quando as eleições estaduais e nacionais vão ser realizadas. Enquanto uma massa de candidatos se movimenta para consolidar de vez possibilidades de eleição para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Depu­tados, as chapas majoritárias ainda estão sem definição total. Não há nada fora do calendário político. Geral­mente, é assim mesmo que as coisas acontecem. Este é um período, que começou no final do ano passado e vai se estender até meados deste, de ocupação de espaços. Só então é que surge a montagem final da configuração eleitoral de cada grupamento.

No governo, dois nomes frequentam a unanimidade, e são dados como certos: o vice-governador José Eliton, que herdará o governo no início de abril com a desincompatibilização do governador Marconi Perillo, deverá ser o cabeça de chapa, e o próprio Marconi deve sustentar sua intenção de disputar uma das duas vagas de senador.

Mas será que José Eliton está mesmo definido, perguntam aqui e ali. Afinal, e essa seria a razão principal para a dúvida, sua popularidade não é nenhuma Brastemp atualmente. Está definido, sim.

E se tem uma coisa que jamais meteu medo em Marconi e sua turma da base aliada é pouco apoio eleitoral muito tempo antes da eleição. Em 1998, ele próprio tinha pouquíssima densidade nas pesquisas contra um gigantismo extraordinário de Iris Rezende. Em 2002, ele começou a corrida cerca de 17 pontos atrás de Maguito Vilela, e não apenas venceu como registrou um feito para a história: liquidou a eleição já no primeiro turno. Em 2006, Alcides Rodrigues também começou “apanhando” de goleada nas pesquisas antecipadas, e derrubou o amplo favoritismo de Maguito Vilela.

Em 2010, quando Marconi retornou, foi a primeira vez que o candidato da base aliada começou a corrida em condições de empate contra o principal adversário — sempre um peemedebista, neste caso, Iris Rezen­de. O PMDB chegou a imaginar que Iris venceria a “revanche” de 1998. Não deu. Ou seja, a base aliada sempre se preocupou com as pesquisas de intenção de voto no momento adequado. Agora é hora de acertar na configuração. Se isso for bem feito, e Marconi sabe disso como poucos, a possibilidade de vitória aumenta. Se não, as dificuldades vão ser grandes.

Oposição

O processo de configuração nas oposições está bem mais atrasado. A co­meçar pelos cabeças de chapa. Como assim, cabeças de chapa? Não haverá união das candidaturas de Daniel Vilela, do PMDB, e Ronaldo Caiado, do DEM? Já se perdeu um tempão nesse en­tendimento, mas é inegável que ainda pode ocorrer a convergência desses interesses. Quando se fala de oposições em Goiás geralmente aponta-se PMDB, e agora o DEM, mas não se po­de esquecer do PT. E aí se percebe que o emaranhado nas oposições é uma bela confusão.

O PT é quem está mais atrasado em relação às definições. O partido garante que vai lançar um nome próprio ou apoiar candidato de outro partido que respalde a candidatura de Lula a presidente da República. O PSDB, de José Eliton, o PMDB, de Daniel Vilela, e o DEM, de Ronaldo Caiado, têm objetivos eleitorais antagônicos ao PT. Ou seja, o partido, se quiser montar algum palanque e estrutura para a candidatura de Lula, terá que lançar nome próprio ou bancar um candidato fora desse eixo principal. O grande problema é que nenhum petista até agora sinalizou alguma disposição para se lançar ao governo. Como também há um silêncio total em relação aos dois candidatos ao Senado. Nada, ninguém até aqui.

Daniel Vilela e Ronaldo Caiado estão guerreando desde o ano passado pela condição de candidato unificado. Se antes cada um soltava seus rojões de suas próprias trincheiras, a guerra por espaços políticos entre eles chegou ao corpo a corpo, na luta de baionetas. Não há favoritos quanto ao provável sobrevivente desse embate. Pode inclusive acontecer de ambos terminarem a guerra em pé, e entregarem a decisão nas mãos do eleitorado.

Para o Senado, o único que se dispôs a enfrentar a luta eleitoral foi o de­putado federal Pedro Chaves. Curio­samente, apesar de não ter adversários nem interna e nem externamente dentro das oposições, não recebeu apoios que o consolidassem imediatamente. Difícil até compreender essa lógica.

Enfim, de agora até junho/julho, o trabalho é de montar a configuração da disputa. Nessa configuração entra não apenas a definição de candidaturas, mas também a formatação das campanhas eleitorais. O grupo que fizer um bom trabalho nessas fases tende — pelo menos historicamente foi assim em todas as eleições estaduais desde 1982 — a entrar na disputa com enorme possibilidades de vitória. (Jornal Opção)

Domingo, 07 de janeiro, 2018 ás 00hs05

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