Mais
ou menos o período de uma gravidez, nove meses. Sim, é isso que falta para a
chegada do mês de outubro, quando as eleições estaduais e nacionais vão ser
realizadas. Enquanto uma massa de candidatos se movimenta para consolidar de
vez possibilidades de eleição para a Assembleia Legislativa e Câmara dos
Deputados, as chapas majoritárias ainda estão sem definição total. Não há nada
fora do calendário político. Geralmente, é assim mesmo que as coisas
acontecem. Este é um período, que começou no final do ano passado e vai se
estender até meados deste, de ocupação de espaços. Só então é que surge a
montagem final da configuração eleitoral de cada grupamento.
No
governo, dois nomes frequentam a unanimidade, e são dados como certos: o
vice-governador José Eliton, que herdará o governo no início de abril com a
desincompatibilização do governador Marconi Perillo, deverá ser o cabeça de
chapa, e o próprio Marconi deve sustentar sua intenção de disputar uma das duas
vagas de senador.
Mas
será que José Eliton está mesmo definido, perguntam aqui e ali. Afinal, e essa
seria a razão principal para a dúvida, sua popularidade não é nenhuma Brastemp
atualmente. Está definido, sim.
E
se tem uma coisa que jamais meteu medo em Marconi e sua turma da base aliada é
pouco apoio eleitoral muito tempo antes da eleição. Em 1998, ele próprio tinha
pouquíssima densidade nas pesquisas contra um gigantismo extraordinário de Iris
Rezende. Em 2002, ele começou a corrida cerca de 17 pontos atrás de Maguito
Vilela, e não apenas venceu como registrou um feito para a história: liquidou a
eleição já no primeiro turno. Em 2006, Alcides Rodrigues também começou
“apanhando” de goleada nas pesquisas antecipadas, e derrubou o amplo
favoritismo de Maguito Vilela.
Em
2010, quando Marconi retornou, foi a primeira vez que o candidato da base
aliada começou a corrida em condições de empate contra o principal adversário —
sempre um peemedebista, neste caso, Iris Rezende. O PMDB chegou a imaginar que
Iris venceria a “revanche” de 1998. Não deu. Ou seja, a base aliada sempre se
preocupou com as pesquisas de intenção de voto no momento adequado. Agora é
hora de acertar na configuração. Se isso for bem feito, e Marconi sabe disso
como poucos, a possibilidade de vitória aumenta. Se não, as dificuldades vão
ser grandes.
Oposição
O
processo de configuração nas oposições está bem mais atrasado. A começar pelos
cabeças de chapa. Como assim, cabeças de chapa? Não haverá união das
candidaturas de Daniel Vilela, do PMDB, e Ronaldo Caiado, do DEM? Já se perdeu
um tempão nesse entendimento, mas é inegável que ainda pode ocorrer a
convergência desses interesses. Quando se fala de oposições em Goiás geralmente
aponta-se PMDB, e agora o DEM, mas não se pode esquecer do PT. E aí se percebe
que o emaranhado nas oposições é uma bela confusão.
O
PT é quem está mais atrasado em relação às definições. O partido garante que
vai lançar um nome próprio ou apoiar candidato de outro partido que respalde a
candidatura de Lula a presidente da República. O PSDB, de José Eliton, o PMDB,
de Daniel Vilela, e o DEM, de Ronaldo Caiado, têm objetivos eleitorais
antagônicos ao PT. Ou seja, o partido, se quiser montar algum palanque e
estrutura para a candidatura de Lula, terá que lançar nome próprio ou bancar um
candidato fora desse eixo principal. O grande problema é que nenhum petista até
agora sinalizou alguma disposição para se lançar ao governo. Como também há um
silêncio total em relação aos dois candidatos ao Senado. Nada, ninguém até
aqui.
Daniel
Vilela e Ronaldo Caiado estão guerreando desde o ano passado pela condição de
candidato unificado. Se antes cada um soltava seus rojões de suas próprias
trincheiras, a guerra por espaços políticos entre eles chegou ao corpo a corpo,
na luta de baionetas. Não há favoritos quanto ao provável sobrevivente desse
embate. Pode inclusive acontecer de ambos terminarem a guerra em pé, e
entregarem a decisão nas mãos do eleitorado.
Para
o Senado, o único que se dispôs a enfrentar a luta eleitoral foi o deputado
federal Pedro Chaves. Curiosamente, apesar de não ter adversários nem interna
e nem externamente dentro das oposições, não recebeu apoios que o consolidassem
imediatamente. Difícil até compreender essa lógica.
Enfim,
de agora até junho/julho, o trabalho é de montar a configuração da disputa.
Nessa configuração entra não apenas a definição de candidaturas, mas também a
formatação das campanhas eleitorais. O grupo que fizer um bom trabalho nessas
fases tende — pelo menos historicamente foi assim em todas as eleições
estaduais desde 1982 — a entrar na disputa com enorme possibilidades de
vitória. (Jornal Opção)
Domingo,
07 de janeiro, 2018 ás 00hs05
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