Em
um período de três anos, os estados saíram de um resultado positivo de R$ 16
bilhões em suas contas para um déficit de R$ 60 bilhões no fim de 2017. Isso
significa que os governadores assumiram seus postos, em 2015, com o caixa no
azul e, se não tomarem medidas drásticas até o fim deste ano, vão entregar um
rombo bilionário para seus sucessores.
O
levantamento feito a pedido da reportagem pelo especialista em contas públicas
Raul Velloso mostra o resultado de uma equação que os governos não conseguiram
resolver: uma folha de pagamento crescente associada a uma queda na arrecadação
de impostos por causa da crise econômica. “É o mandato maldito”, diz Velloso.
“Diante da pior recessão do País, os Estados saíram de um resultado positivo
para um déficit histórico.”
O
Rio Grande do Norte foi o Estado cuja deterioração fiscal se deu mais
rapidamente nesse período. Depois de ter acumulado um superávit de R$ 4 bilhões
entre 2011 e 2014, entrou numa trajetória negativa até acumular um déficit de
R$ 2,8 bilhões de 2015 a outubro de 2017.
Esse
descompasso fiscal pode ser visto nas ruas. Com salários atrasados, a polícia
civil entrou em greve e uma onda de violência tomou o Estado no fim do ano. Os
policiais encerraram a paralisação, mas servidores da saúde continuam em greve.
Além
do Rio Grande do Norte, os casos de desajuste fiscal que ficaram mais
conhecidos foram os do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Mas outros Estados
seguem o mesmo caminho, como Goiás, Pernambuco e Sergipe. Eles estão entre os
mais mal avaliados pelo Tesouro Nacional sob o ponto de vista de capacidade de
pagamentos. “Há uma fila de Estados prontos para passarem por uma crise aguda
(como a do Rio Grande do Norte)”, diz o economista Leonardo Rolim, consultor de
orçamentos da Câmara. (AE)
Terça-feira,
16 de janeiro, 2018 ás 00hs05
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