Com
o beneplácito de ministros do STF, advogados se articulam para Lula ser solto
em dez dias. Se não obtiverem sucesso na trama, pedirão para que ele vá para o
regime semiaberto: trabalho de dia e detenção à noite
Políticos
corruptos e, sobretudo, os advogados de Lula se assanharam com a divulgação dos
diálogos mantidos entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores de
Curitiba. Afinal, o episódio está sendo usado pelos criminosos que sempre
defenderam o fim da Lava Jato para atingir o objetivo que perseguem desde o dia
7 de abril de 2018, quando o ex-presidente foi preso: a desmoralização da maior
operação de combate à corrupção no País e a consequente libertação do petista.
A banca de defensores de Lula já havia tentado obter sucesso em dezenas de
pedidos de habeas corpus (HC) para o considerado “chefe da quadrilha do PT”,
mas a Justiça sempre lhe fechou a porta. Agora, com a vinda à tona das
conversas do ex-juiz, os rábulas petistas apostam todas as fichas na libertação
de seu líder máximo. A sociedade, no entanto, está atenta para que ele não seja
solto com o uso de expedientes marotos, como parecem ser os que alguns
ministros do STF desejam.
“Jardim
do Éden”
A
mais recente manobra para libertar Lula começou a ser executada em dezembro do
ano passado, na 2ª Turma do STF, conhecida como “Jardim do Éden”, por suas
decisões favoráveis a corruptos. Os advogados do petista, Cristiano Zanin e
Veruska Teixeira, ingressaram no STF com um HC pedindo que o processo do
tríplex fosse anulado, em virtude de Moro ter assumido o Ministério da Justiça
de Bolsonaro, o que segundo eles caracterizaria perseguição política no
processo de condenação do petista – que hoje cumpre pena de 8 anos e 10 meses
de cadeia. A apreciação do HC teve a sessão suspensa quando Lula perdia pelo
placar de 2 a 0, com os votos dos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.
Percebendo que Lula poderia ser mantido preso, o ministro Gilmar Mendes pediu
vistas e adiou a sessão. Dormiu com o processo na sua mesa por meses.
Bastou
o surgimento do primeiro sinal de questionamento ao trabalho de Moro, por meio
da divulgação dos diálogos ilegais do site Intercept Brasil, para Gilmar marcar
o julgamento do processo para o próximo dia 25. Ainda faltam os votos do
próprio Gilmar, além de Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Lewandowski
praticamente o antecipou ao decretar, na terça-feira 11, a soltura de Lula e de
todos os demais presos da Lava Jato pelo TRF-4. De tão estapafúrdia, essa
decisão ainda irá a Plenário. Se esses três votarem a favor de Lula, como
parece que o farão, o petista poderá ser solto no próprio dia 25, dentro de dez
dias, portanto. Um tapa na cara da sociedade.
Mesmo
que Celso de Mello vote contra a liberdade do petista, os advogados do petista
se preparam para um outro movimento no sentido de tentar soltar o
ex-presidente. É que o MPF já enviou ao STF um parecer garantindo que Lula tem
direito a progredir para o regime semiaberto. Ou seja, poderá ter permissão
para trabalhar de dia e se recolher em casa durante a noite e finais de semana,
mas com o uso de tornozeleira eletrônica. O problema é que, aos 73 anos, esse
poderá ser o segundo emprego formal do petista. Espera-se que ele não drible
também essas restrições. (IstoÉ)
Sexta-feira,
14 de junho, 2019 ás 00:05
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