O
pacote anticrime enviado por Sérgio Moro ao Congresso, que já tramita num ritmo
lento, enfrentará maiores resistências agora, com as revelações de ontem do
site The Intercept Brasil. É a avaliação de integrantes do Grupo de Trabalho
que analisam o projeto na Câmara.
Alguns
deputados do grupo já questionavam pontos do projeto, mas, agora, haverá também
um enfrentamento político. Parlamentares da oposição e também do Centrão já se
opunham às propostas já declararam que o projeto sofrerá impactos.
Parlamentar
moderado e respeitado pelo conhecimento jurídico, Fábio Trad (PSD-MS), que está
nesse grupo, avalia que os fatos divulgados ontem são “gravíssimos” e que vão
desacelerar a tramitação do projeto de Moro.
“Entendo
que vai desacelerar a tramitação. Todas as atenções da República, agora,
estarão voltadas para esse gravíssimo episódio, que precisa ser investigado com
isenção, imparcialidade e serenidade. Vai impactar na rotina do Legislativo
tamanha sua gravidade” – disse Trad ao Radar.
O
relator do projeto, capitão Augusto (PL-SP), considerou “coincidência” essas
notícias viram à tona na semana que ele apresentará seu parecer aos integrantes
do grupo. Augusto é interlocutor frequente de Moro e manteve na íntegra suas
ideias.
O
capitão concorda que a oposição vai tentar obstruir a votação e alterar o
texto, mas não viu envolvimento comprometedor do ministro da Justiça nos
diálogos conhecidos ontem.
“É
muita coincidência aparecer isso agora, na semana do relatório. Não achei nada
demais no que foi revelado. Houve um trecho até que o Dallagnol faz pedido (a
Moro) de um caso de prisão preventiva e ele nega. Acho sim que houve foi um
vazamento lamentável e criminoso. Óbvio que a oposição vai usar isso para
obstruir vários pontos do projeto” – disse Augusto.
Por
outro lado, os que tem o rabo preso e querem ver o ex-juiz pelas costas comemoram
a manobra para tentar enfraquecê-lo.
(Com
a VEJA online)
Segunda-feira,
10 de junho, 2019 ás 17:00
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