O
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), criticou (1º/12) a forma como europeus
defendem o meio ambiente e os indígenas. Segundo ele, sua preocupação é
garantir apoio à ciência e à proteção ambiental, assim como à integração dos
povos indígenas à sociedade, oferecendo as mesmas oportunidades dadas aos
demais cidadãos.
“Eu
acredito na ciência e ponto final. Mas o que a Europa fez para manter as suas
florestas e as suas matas ciliares? E querem dar palpite aqui?”, afirmou
Bolsonaro, em Resende (RJ), após cerimônia de formatura de aspirantes a oficial
na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), que se formou na mesma
instituição há 41 anos.
“Cada
vez que um governo do passado saía para fora do Brasil, ele recebia de forma
passiva e servil pressões por demarcações de terras indígenas. Eu quero o bem-estar
do índio. Quero integrá-lo à sociedade. O nosso projeto é fazê-lo igual a nós.
Eles têm as mesmas necessidades. Ele quer médico, dentista, televisão,
internet”, disse o futuro presidente.
Bolsonaro
disse ainda que falta apoio concreto para as políticas em favor dos indígenas e
do meio ambiente no país: “Eu fui, nas minhas andanças, ao Acre e à Rondônia.
Em torno de 20% apenas dessas áreas podem ser usadas em benefício da população
local. E 80% não. Isso está errado. ”
Em
Resende, o presidente eleito estava acompanhado do vice-presidente Hamilton
Mourão; do general Fernando Azevedo e Silva, confirmado para o Ministério da
Defesa; do general Augusto Heleno, que assumirá o Gabinete de Segurança
Institucional; do ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, que
comandará a Casa Civil; e do governador eleito no Rio de Janeiro, Wilson Witzel
(PSC).
Meio Ambiente
Questionado
sobre o nome que comandará o Ministério do Meio Meio Ambiente, Bolsonaro
indicou que ainda está inclinado em favor do agrônomo Xico Graziano, que foi do
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e no passado pertenceu aos
quadros do PSDB.
Graziano
também foi secretário de Meio Ambiente de São Paulo. Ontem, Bolsonaro havia
dito que há “meia dúzia” de nomes sendo avaliados para o Ministério do Meio
Ambiente.
Multas
O
presidente eleito reiterou que vai combater o que classifica como “indústria da
multa ambiental”. Ele disse que não permitirá que o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fixem multas “a torto e a
direito”.
“Eu
mesmo fui multado. Se não me engano em 2012. Foram R$10 mil reais. O processo
foi levando avante, foi arquivado no Supremo Tribunal Federal, mas o Ibama
levou a multa para frente. Estou na iminência de entrar na dívida ativa. Vou
pagar essa multa, mas sou a prova viva do descaso, da parcialidade e do péssimo
trabalho prestado por alguns fiscais do Ibama e do ICMBio. Isso vai acabar.”
Direitos Humanos
Bolsonaro
confirmou que o nome da pastora evangélica e advogada Damares Alves, assessora
parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES), está entre os cotados para o novo
ministério que reunirá políticas relacionadas os direitos humanos, família e
mulheres.
“Foi
muito por alto conversado com ela. Não foi prometido nada. Mas é uma pessoa
extremamente qualificada para desempenhar essa função”, disse Jair Bolsonaro.
Questionado
se pretendia colocar Magno Malta na Esplanada dos Ministérios, o presidente
eleito foi vago. “Eu tenho amigos. Se quiserem que eu passe para 200
ministérios, eu passo agora. Magno Malta é uma boa pessoa. Me ajudou muito.
Tenho um profundo respeito por ele. Não estava previsto [ser ministro], pois
ele seria candidato a vice. Tinha tudo para ser senador e não sei por qual
motivo não se elegeu. Nós temos que atender o Brasil como um todo. Magno Malta
é uma boa pessoa, mas para estar do meu lado não é preciso ser ministro. ”
Forças Armadas
Bolsonaro
disse ainda que, apesar das dificuldades no Orçamento Geral da União, fará o
possível para não contingenciar os recursos destinados às Forças Armadas. “Não
é despesa. É investimento. E nós vamos prestigiar as forças armadas, que não
são minhas, são do povo brasileiro. ”
De
Resende, Bolsonaro volta hoje para o Rio de Janeiro e domingo (2/12) vai para São
Paulo onde acompanha a partida entre Palmeiras e Vitória, válida pela última
rodada do campeonato brasileiro. Ele foi convidado para assistir ao jogo no
camarote da diretoria do clube paulista. Perguntado sobre seu palpite, ele
apostou em 2 x 0 para o Palmeiras. (ABr)
Sábado,
1º de dezembro, 2018 ás 18:00
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