O
Palácio do Planalto confirmou, na noite desta quinta-feira, 5, que o ministro
da Casa Civil, Eliseu Padilha, acumulará a função de ministro interino do
Trabalho por tempo indeterminado. A nomeação de Padilha, antecipada pela Coluna
do Estadão, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Em
outro ato, o presidente Michel Temer exonerou Helton Yomura, que pediu demissão
do comando do ministério depois de ter sido afastado do cargo, pela manhã, por
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. “Diante das
circunstâncias, e para evitar que o Ministério do Trabalho fique acéfalo,
coloco o cargo à disposição para que delibere aquilo que melhor atenda ao
interesse público”, escreveu Yomura ao presidente.
O
governo, em uma decisão acertada com o próprio PTB, não pretende manter um nome
indicado pelo partido, como era o caso de Yomura. Ele é considerado apadrinhado
político do presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson. O ex-deputado e
sua filha, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), foram alvo de fases
anteriores da Registro Espúrio.
Ao
Estadão/Broadcast, antes do anúncio de que assumiria a pasta do Trabalho
interinamente, “sem prejuízo das atribuições do cargo que atualmente ocupa”,
Padilha afirmou que o PTB colocou a vaga à disposição de Temer, que, segundo
ele, aceitou o pedido e “vai buscar um novo nome” em definitivo.
Com
o afastamento e posterior pedido de demissão de Yomura, a cúpula do governo
tomou a decisão de substituí-lo provisoriamente por Padilha para evitar que o
Ministério do Trabalho ficasse sem comando. Isso porque o posto de secretário
executivo, que seria o sucessor natural do titular da pasta, também está vago.
Há
pouco mais de um mês, o então número 2 da pasta, Leonardo Arantes, foi preso
após ter a prisão preventiva decretada por Fachin na primeira fase da Registro
Espúrio. Leonardo é sobrinho do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder do
partido na Câmara e também investigado na operação. Ambos negam
irregularidades.
Na
manhã desta quinta, Jefferson falou sobre a demissão de Yomura do ministério.
“A Executiva Nacional do PTB coloca o Ministério do Trabalho à disposição do
governo Michel Temer”, escreveu o ex-deputado no Twitter. Ele disse ainda que
sua atuação “restringiu-se a apoio político ao governo para que o PTB
comandasse a pasta”, mas negou participação em possíveis irregularidades.
Cautelares
A
pedido da Procuradoria-Geral da República, ainda serão impostas aos alvos da
terceira fase da Registro Espúrio medidas cautelares, como a proibição de
frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com os demais
investigados ou servidores da pasta.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Sexta-feira,
06 de julho, 2018 ás 11:00
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