A
maioria dos professores de escolas públicas brasileiras está descontente com a
atuação das secretarias estaduais de Educação. Para 59% dos docentes, os
governos estaduais simplesmente não estão preocupados com a melhoria na
aprendizagem dos alunos.
O
número é apontado pela pesquisa “Profissão Docente”, encomendada pelo Movimento
Todos Pela Educação e o Itaú Social ao Ibope Inteligência, divulgada nesta
segunda-feira, 30. O levantamento ouviu por telefone 1.773 professores de
escolas públicas de todos os estados, do Ensino Infantil ao Ensino Médio. A
margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.
A
pesquisa mostra que, para 66% dos professores, o principal problema na gestão
pública é o descompasso entre os programas educacionais e a realidade das
escolas. Para 65%, as secretarias estaduais não ajustam seus programas quando
eles não funcionam bem.
Ainda
sobre a satisfação dos professores com as secretarias de Educação, 63% entendem
que a pasta não dá continuidade a bons programas e 64% consideram que não há um
canal de comunicação satisfatório entre a classe e os responsáveis pela
administração da rede pública.
A
principal queixa dos docentes públicos em relação às secretarias recai sobre a
falta de apoio em questões de saúde e psicológicas. Entre os entrevistados, 84%
apontaram esta como a maior falha, seguida pela política salarial, lembrada por
73%.
A
pesquisa aponta que 68% estão descontentes com processos burocráticos para
aposentadoria e 66% não estão bem atendidos em relação a critérios de
progressão na carreira.
Condições de trabalho e valorização
Considerando
professores das redes pública e particular, o levantamento “Profissão Docente”
fez 2.160 entrevistas sobre aspectos como condições de trabalho, valorização da
carreira e renda.
A
pesquisa mostra que 60% dos docentes estão insatisfeitos com o acesso à
internet e a recursos tecnológicos dentro das escolas, 52% se queixam de
recursos e materiais pedagógicos, 47% reclamam da infraestrutura dos colégios e
45%, do número de alunos por turma.
Conforme
o levantamento, 44% dos professores estão insatisfeitos com a segurança dentro
das escolas, mesmo número dos que consideram que não há tempo para atividades
extraclasse.
Ainda
segundo a pesquisa, 33% dos professores estão insatisfeitos com a profissão e
49% não recomendariam a própria carreira a um jovem.
Para
valorizar a classe, 69% dos docentes consideram importante a criação de
oportunidades para qualificação, 67% dizem ser preciso escutar os professores
nos debates públicos e decisões sobre políticas educacionais e 64% apontam a
restauração da autoridade e do respeito aos profissionais por estudantes e
familiares deles. A melhoria nos salários é indicada por 62% como fator
primordial à valorização.
Renda
O
levantamento aponta que 62% dos professores brasileiros têm renda média de até
4.770 reais. O valor médio na rede municipal é de 4.610,98 reais, por uma carga
horária média de 31,6 horas semanais; nas escolas estaduais, média de 4.916,81
reais por 30,9 horas semanais médias; e, nas particulares, renda média de
4.325,99 reais por uma carga horária de 23,1 horas por semana.
Segundo
a pesquisa, 29% dos professores realizam alguma atividade extra para
complementar a renda. A maioria dos que acumulam o ensino com outras ocupações
está na rede privada, onde 52% dos docentes trabalham até 20 horas semanais.
(ABr)
Segunda-feira,
30 de julho, 2018 ás 11:00
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