A
incredulidade da classe política diante da ausência de atos de pré-campanha
presidencial do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) está prestes a ser
quebrada definitivamente. O ex-presidente Collor já tem equipes trabalhando em
seus projetos de um eventual retorno ao Palácio do Planalto, 26 anos após o
impeachment. E seu slogan “A experiência faz a diferença” já pode ser visto em
publicações sobre suas realizações, nas redes sociais.
Collor
planeja ações de sua candidatura à Presidância da República, não apenas em
Alagoas, onde seus aliados esperam sua presença nas ruas. Após um silêncio que
gerou desconfiança, os gestos de pré-campanha de Collor devem extrapolar, em
breve, os discursos na tribuna do Senado e as entrevistas que concedeu sobre
seus novos planos, dias depois de anunciar sua pré-candidatura, em janeiro
deste ano.
Nas
redes sociais, Collor resgatou a marca de sua campanha vitoriosa de 1989, com o
verde e amarelo nas letras que se repetem em seu nome, e tem destacado feitos
como o sucesso de programas de multivacinação que lhe renderam o prêmio
“Criança e Paz”, do Unicef. E também lembra a abertura comercial elogiada em
relatório recente do Banco Mundial, que promoveu geração de milhões de empregos
e o acesso de brasileiros a computadores de última geração.
Mais
de 28 anos após sua posse, Collor inverte a aposta que fez na sua juventude, ao
enfatizar, aos 68 anos, sua experiência pelos feitos positivos da época em que
foi eleito o presidente mais jovem do Brasil, eleito aos 40 anos de idade.
CONTEXTO FAVORÁVEL
Em
fevereiro, o cientista político Paulo Kramer avaliou que o ingresso do
ex-presidente alagoano na corrida presidencial representa um 'fato novo', em um
contexto favorável a Collor, a partir da provável saída de Lula da corrida
presidencial. E ainda prenunciou chances de relativização da magnitude dos
obstáculos de natureza ética, remanescentes dos motivos de seu impeachment, há
26 anos, justamente pelos gigantescos escândalos do “reinado lulodilmista”.
Segundo
Kramer, sem precisar prometer ser reformista por causa dos dois anos que
governou o Brasil, Collor pode virar o candidato do mercado e das reformas. E
ainda – como o próprio ex-presidente deseja – se tornar o 'nome do Centro' que
os políticos e a mídia têm tido dificuldade para identificar.
Domingo,
20 de maio, 2018 ás 00:05
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