A
Polícia Federal aponta indícios, por meio das investigações no âmbito da
Operação Registro Espúrio, de que um depósito de R$300 mil feito pela central
sindical União Geral dos Trabalhadores (UGT) na conta de um sindicato foi
utilizado para o pagamento de propina a servidores do Ministério do Trabalho.
O
pagamento tinha como objetivo a obtenção de registro do Sindicado dos
Empregados em Restaurantes e Serviços de São Paulo, o Sintraresp. As
investigações apontam ainda o presidente da UGT, Ricardo Patah, como o
“responsável pela disponibilização dos recursos”.
A
PF analisou os extratos bancários da Sintraresp e encontrou registros do
depósito da UGT, em maio de 2015. Os R$300 mil foram sacados em espécie dois
dias depois e dois meses depois de o Sintraresp obter o registro sindical.
Enquanto o processo do sindicato levou apenas quatro meses, outros chegam a
levar anos para serem concluídos.
A
PF aponta ainda que “há fortes indícios de que a quantia foi utilizada para o
pagamento de propina a Leonardo Cabral e a Carlos Lacerda, com efetiva
participação de Ricardo Patah, responsável pela disponibilização dos recursos”.
Tanto Cabral quanto Lacerda foram presos preventivamente durante a Operação
Registro Espúrio. Patah teve a prisão solicitada, mas negada pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que autorizou a operação.
As
investigações citam também a atuação de Patah e outros integrantes da UGT no
veto do registro do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Atacadista e
Varejista de Material de Construção do Município de São Paulo (Sintramac).
Entenda a operação
Deflagrada
na última quarta (30/5), a Operação Registro Espúrio mirou uma organização
criminosa suspeita de fraudar a concessão de registros sindicais junto ao
Ministério do Trabalho, além de investigar o loteamento do Ministério do
Trabalho pelo PTB e pelo Solidariedade.
Segundo
as investigações, a ordem de chegada dos pedidos para registro de entidade
sindicais não era respeitada; a prioridade ia para pedidos intermediados por
políticos. Além disso, o registro era obtido por meio de pagamento de vantagens
indevidas.
Entre
os alvos da PF estavam os gabinetes dos deputados Paulinho da Força
(Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB), na Câmara
dos Deputados, são alvos da Polícia Federal. Os agentes estiveram ainda em
sedes nacionais do PTB e do Solidariedade e de centrais sindicais.
A
operação da última quarta é a terceira que mira a venda de registros sindicais
envolvendo servidores da pasta. No governo Dilma, foram duas operações,
envolvendo políticos ou prepostos do PDT no ministério. Apesar dos personagens
e dos partidos serem outros, o negócio é o mesmo de sempre. (ABr)
Quarta-feira,
06 de junho, 2018 ás 10:30
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